Na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia, o Pavilhão da África do Sul explora a representação arquitetônica de estruturas sociais por meio de uma exposição intitulada The Structure of a People. Antes da exposição, os curadores do pavilhão, Sr. Stephen Steyn, Dr. Emmanuel Nkambule e Dr. Sechaba Maape, realizaram uma chamada nacional intitulada Political Animals, com o objetivo de reunir artefatos criados por professores e estudantes de arquitetura para representar as estruturas de suas escolas ou universidades. Os modelos arquitetônicos resultantes, produzidos pela ModelArt, serão exibidos no pavilhão.
O espaço do pavilhão é dividido em três zonas. A primeira, intitulada The Past is the Laboratory of the Future, traça conexões com a representação arquitetônica de estruturas sociais em sociedades pré-coloniais do sul da África. A Zona II, The Council of (Non-Human) Beings, apresenta desenhos contemporâneos sobre o tema do animismo na prática arquitetônica. Por fim, Political Animals apresenta as estruturas curriculares das escolas de arquitetura sul-africanas como objetos arquitetônicos. Os seis modelos selecionados são "Olhar para o Outro Lado", "Ressonância", "MAAT 18", "Caos Organizado", "Vozes Amplificadas" e "Comemorando Culturas".
O comunicado de imprensa oficial da exposição explica a inspiração para o tema: "Espalhadas por mais de dez mil quilômetros quadrados de terras gramadas em Mpumalanga, cerca de duzentos quilômetros a leste de Joanesburgo, encontram-se as ruínas de uma vasta civilização conhecida como Bokoni. De particular interesse arquitetônico neste local está um grande número de gravuras rupestres em baixo-relevo que retratam planos de construção. É amplamente aceito que os planos não foram destinados à construção, mas constituem uma representação arquitetônica teórica, demonstrando que os pastores de Bokoni faziam desenhos das estruturas sociais conforme representadas pelos planos arquitetônicos."
É com essa tradição em mente que a exposição abordará condições contemporâneas, como mudanças ecológicas e desigualdade. "A inclusão de sistemas de valores anteriormente periféricos depende fortemente da valorização dos valores pré-coloniais, por meio do estudo dos Sistemas de Conhecimento Indígena e de seu papel na reimaginação de nossos assentamentos humanos, instituições e comunidades contemporâneas para o futuro", diz o comunicado.
Com este Pavilhão, temos uma grande oportunidade de apresentar artefatos e pensamentos anteriormente não vistos, profundamente enraizados nos vitais Sistemas de Conhecimento Indígena da África do Sul, e demonstrar como o passado pode realmente ser o laboratório do futuro e nos ajudar a repensar questões críticas que enfrentamos como sociedade global. — Maape, Nkambule e Steyn, Curadores do Pavilhão da África do Sul
Outras exposições de pavilhões nacionais também estão buscando inspiração na cultura local e em sua relação com a terra e a arquitetura. O Pavilhão do Brasil, questiona a história canônica da arquitetura e lançar luz sobre práticas espaciais por muito tempo invisibilizadas. O Pavilhão Irlandês, por sua vez, propõe explorar as diversas culturas, comunidades e experiências das ilhas remotas da Irlanda, em busca de novas maneiras de habitar o mundo. E o Pavilhão Húngaro apresenta a etnografia do país, suas artes tradicionais e práticas como ponto de partida para expandir a criatividade da comunidade global e a variedade de diálogos culturais.
Acompanhe a cobertura completa do ArchDaily para a Bienal de Arquitetura de Veneza 2023: O Laboratório do Futuro.